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A lenda do Caramuru

         

«Você quer que eu te conte uma história ?
-Quero !
-Então, vou contar..Gosto muito desta lenda porque ela me faz lembrar alguma coisa bem distante, da minha história, da nossa história

 

Rapidamente eles entenderam que era preciso salvar os outros que ficaram dentro da gruta. Assim, eles bolaram um plano..
« Eu vi que você tinha varas de fazer fogo », disse Moema em sua língua. Diogo não entendeu. Assim, a índia começa a ensiná-lo sua língua. Ela desenhava aquilo que dizia na areia
« Você vai se deixar capturar pelos homens da tribo e vai fazê-los acreditar que  tem gravetos mágicos, assim eles não vão te comer e então você poderá viver entre nós, se desejar.

Era uma vez um industrial, capitão, engenheiro português, que sonhava em atravessar o oceano.

Seu nome era Diogo Alvarez. Ele era jovem e muito bonito. Alguns diziam que ele pertencia à uma importante família judia de Lisboa.
A intolerância  portuguesa  ao povo judeu fez Diogo tomar a  decisão de ir embora.
Naquela  época, há muitos anos atrás, os judeus eram perseguidos. Muitos se convertiam, outros, fugiam.
Diogo partiu. Ele se aventurou pelo mar.

 

Diogo retorna para a gruta onde estavam seus companheiros. Rapidamente eles foram capturados pelos índios. Diogo atirou e assim assustou os índios. Estes logo compreenderam que o homem vindo de longe tinha poderes extraordinários. Eles lhe dão o nome de CARAMURU, que significa o « homem do trovão ».
Caramuru é também o nome de um peixe, a Moréia uma espécie de enguia que é comum nas águas baianas.

Passaram-se dias e noites. Uma bela manhã, eles avistaram uma terra. Mas o tempo mudou de repente. Então eles viveram à bordo a mais bela e terrível tempestade. Foram parar assim, numa ilha. Era a Bahia de todos os Santos.  Alguns dizem que eles foram parar na Ilha de Boipeba, na Ponta dos Castelhanos.

 

Começa então uma linda amizade entre os índios e o homem vindo do mar. Nos anos seguintes, eles trabalharam para a construção deste novo mundo. Existem estes momentos na história, abençoados, em que os homens se unem para construir uma nova vida.
O Chefe, Taparica, concede a Caramuru a mão de Paraguaçu, sua filha mais nova, em casamento.
Mesmo amando Moema, ela não diz nada. Às vezes a razão fala mais alto que o coração.
  

Viviam nesta ilha os Índios da tribo Tupinambá, que eram selvagens e comiam gente. Alguns foram devorados vivos. Mas Diogo e alguns companheiros se refugiaram numa gruta. Eles tinham algumas espingardas e também munições.


  
 

A continuação da historia, nós conhecemos um pouco, mas podemos inventar também, ou enfeitar. Alguns contam que os filhos de Diogo Caramuru e Paraguaçu exterminaram os índios alguns anos depois.
Conta-se também que Paraguaçu  foi pra a França e foi batizada pela rainha Catarina.
  

Quando anoiteceu, Diogo se aventurou a sair da gruta. Na praia, ele viu uma mulher jovem, muito bonita, que estava sozinha. Era uma das filhas do chefe da tribo, Moema. Ela o viu. Na verdade, ela o seguia há muitos dias. Eles se aproximaram e se tocaram. Então ela  levou Diogo para uma cabana, um pouco mais distante dali. E lá eles se uniram.  

Que Moema, desesperada,  se atira ao mar na tentativa de encontrar  seu grande amor, Diogo. Outros contam ainda que, alguns anos mais tarde, uma mulher acompanhada de sua filha, reencontrou nesta terra um grande amor, que ela pensou que havia perdido para sempre